O impressionante esquema de corrupção instalado na ALERJ (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro), trás à tona os municípios de Magé e Guapimirim como “pólo irradiador” de figuras políticas capazes de ignorar a ética e a lei para enriquecerem e manterem-se no poder... Mas trás também a figura de personagens que nós brasileiros amamos: a do “coitadinho” analfabeto, que é “usado” por políticos inescrupulosos... Ora, tenha a santa paciência!... Alguém que se dispõe a receber um benefício, ou mesmo um salário sem nenhum trabalho prestado em contra-partida, é tão culpado quanto os corruptores... Não dá para dizer que “ignorava” que participava de algo, no mínimo suspeito. Estas pessoas foram levadas para fazer exame admissional naquela Casa Legislativa, e todas sabiam que seriam contratadas para trabalhar no gabinete deste ou daquele deputado, mesmo que nunca precisassem colocar o pé no referido gabinete. Só não imaginavam que seriam levados a assinar documentos que os faria contrair dívidas que nunca fizeram... Mas a presunção de inocência termina no momento em que aceitaram fazer parte do “esquema”, e receber sem trabalhar... É a maldita mania do brasileiro de querer levar vantagem, mesmo passando por cima da lei... A ignorância não deveria ser usada como justificativa para a burla, até mesmo porque todos temos, independentes de nível cultural, senso próprio do que é ilegal ou não...Verdade seja dita, as únicas vítimas inocentes deste episódio somos nós, contribuintes. Aos demais, que se aplique a lei, e que possamos aprender a votar melhor no futuro, e não eleger políticos em troca de sapatos, dentaduras, telhas, tijolos ou sacos de cimento... As conseqüências para a coletividade são desastrosas.
domingo, 23 de março de 2008
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