quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Apreendidos somos nós...
Doze anos de idade... Nove passagens pela polícia como ladrão de carros... O moleque é o bicho!... Sementinha germinada do mal... Mas falar desta nova passagem do delinqüente juvenil por uma delegacia de polícia pouco importa, bem como pouco importa o nome dele, da mãe, do pai e de quem quer que seja que esteja ligado a ele.
Ele é só mais um entre milhares de jovens em situação de risco neste triste país. Temperamento violento, corpo franzino e uma fé cega na impunidade institucionalizada... Afinal, ele coitado, é ‘menor’... A família falhou na educação deste indivíduo, e isso é claro... Mas falha mais grave cometeu o poder público ao não ser minimamente capaz de identificar e adotar medidas enérgicas após a segunda, terceira, oitava passagem do delinqüente pela polícia, ou mesmo muito antes disso... Onde andava nas diversas ocasiões o Conselho Tutelar?... Onde andavam os membros do Juizado de Menores?... E o Estatuto da Criança e do Adolescente?... Ninguém sabe, ninguém viu!... Será que nem mesmo num caso evidentemente grave, e que dava sinais inequívocos de que ali estava uma criança problemática, o poder público foi capaz de agir preventivamente?... O que esperam?... Que ele mate alguém?
Fico me perguntando se ele, menor e delinqüente, é realmente meu único inimigo... Não senhores, não é!... Meu verdadeiro inimigo é o estado brasileiro.
O mesmo Estado que me faz sentir na mendicância ao exigir meus direitos fundamentais, tais como saúde, educação, saneamento, transporte, segurança, e que me cobra uma vultosa indecência por isso.
Enquanto isso, nossos legisladores preocupam-se em criar leis cada vez mais politicamente corretas, repletas de neologismos e ineficácia, onde um menor infrator não é mais sequer ‘preso’... É ‘apreendido’ e obrigado a cumprir às tais medidas ‘sócio-educativas’ em uma escola de criminosos... Esse é o estado brasileiro, que cremos, deveria proteger-nos, mas que de fato é nosso verdadeiro inimigo.
Enquanto isso, fruto de uma família desestruturada e políticas públicas falidas, o caos está nas ruas, e parece que os ‘apreendidos’ somos nós.
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