sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
E assim se fez o silêncio...
Na segunda-feira, 1º de dezembro de 2008 foi anunciada a saída de circulação de um dos mais tradicionais jornais carioca... A Tribuna da Imprensa.
Fundada nos anos 40 por Carlos Lacerda, um dos mais polêmicos personagens do cenário político carioca e nacional, a Tribuna foi adquirida na década seguinte por Hélio Fernandes, e manteve o mesmo estilo agressivo e polêmico que caracterizou o jornal desde os tempos de seu fundador... Mesmo que não raramente discordasse veementemente da linha editorial do jornal e da abordagem por vezes inapropriada de alguns temas, não se pode descartar a importância que o jornal teve nesses quase 60 anos.
Durante o período do governo militar, a Tribuna foi alvo de toda sorte de perseguições, que iam desde boicote de anunciantes até o incêndio de bancas de jornais que insistissem em vender o diário... Por conta disso, está nas mãos do Supremo um pedido de indenização que importa em cerca de R$ 10 milhões de reais e nunca é julgado... Coisas do Brasil, onde certamente seria diferente se alguma indenização fosse destinada a ‘reparar injustiças’ cometidas contra os ‘cumpanheros’ terroristas instalados hoje no poder... Pelos motivos que já citei, nunca fui muito fã da Tribuna, mas por acreditar antes de mais nada na liberdade de expressão, lamento profundamente que isso tenha ocorrido... O fato é triste porque morre um pouco da polêmica que tanto bem faz a Democracia, em que pese estarmos em tempos de uma “maré vermelha” que tomou conta do país, e estejamos nos afastando cada vez mais dela sem que o povo se dê conta disso.
Em um Estado onde os jornais cada vez mais se parecem com uma deliciosa sopa de chuchu, a Tribuna deixa uma lacuna difícil de ser preenchida.
É o perigo do pensamento único que alimenta o silêncio da omissão.
Perdemos todos nós.
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